4 de jan. de 2013

Piloto


Por: Colorado Teus

           Satisfação,

Este é o primeiro post do blog “Queremos querer”, de Colorado Teus, e, como é bom ter uma ideia do que se trata o que vamos ler - principalmente com a grande quantidade de lixo que circula pela internet, vou dar uma introdução a meu pensamento e, se sentires afinidade ou instigares sua curiosidade, seria o maior prazer tê-lo como leitor.
Primeiramente gostaria de expôr e explicar o que mais me motivou a começar a escrever este blog:
1ª Quantos problemas temos com atos que fizemos por impulso e no fundo não queríamos ter feito, os bêbados que me digam, trazendo consequências implacáveis que não queríamos ter de lidar em nossa vida. Fazendo uma pequena reflexão inicial em cima dos impulsos, é possível perceber que são três os fatores que mais contribuem para eles acontecerem: falta de autoconhecimento, falta de auto entendimento e falta de autocontrole. Ou seja, para contermos um impulso precisamos saber que ele existe, precisamos entender o porquê deles acontecerem e, por fim, aprender como controlá-los. Este blog abordará experiências, minhas e de meus amigos, relacionadas a esses três fatores e algumas técnicas já existentes, com seus devidos créditos, neste âmbito.
2ª Existe uma “necessidade” que eu não consigo controlar que é me expressar por meio das artes para outras pessoas. Sou músico, desenhista, escritor, entrevistador, filósofo, cientista e hermetista (não graduado em nenhuma das áreas citadas) e vou usar este blog para expôr experiências nestas áreas, maioria das vezes tentando ser interdisciplinar, e tentar organizar melhor minhas ideias.
3ª Descobri que nem tudo que gosto de expôr é saudável para as mentes de todo o mundo. Como eu sou uma pessoa que preza muito pela liberdade, direitos, acabava expondo coisas que machucavam pessoas que gosto que infelizmente são preconceituosas e não sabem relevar o que ouvem/leem. Pensando nisto, fiz uma tiragem de Tarot para saber o que a acasualidade me diria sobre esta situação e tirei a carta “O louco” que, para quem não conhece, representaria neste caso navegar por mares nunca dantes navegados e tentar começar um novo ciclo.
A um primeiro olhar pode parecer que o terceiro motivo entra em contradição com o primeiro, “Quanta falta de controle se deixar levar por uma carta de baralho escolhida ao acaso.” E então começo a falar da primeira técnica de autoconhecimento exposta no site: O Tarot.
O Tarot é um método de prever o futuro usado pelos exoteristas, só que não. O Tarot é um conjunto de arquétipos que tentam codificar todos os possíveis pensamentos que a humanidade possui. Arquétipos? O que é isso?
Vou tomar uma explicação de arquétipos de uma fonte confiabilíssima, o Wikipédia, e tentar explicar um pouco mais didaticamente para aqueles que nunca navegaram por esses mares entenderem com uma maior facilidade. “Arquétipo (grego ἀρχή - arché: principal ou princípio e τύπος - tipós: impressão, marca) é o primeiro modelo ou imagem de alguma coisa, antigas impressões sobre algo. É um conceito explorado em diversos campos de estudo, como a Filosofia, Psicologia e a Narratologia.” Wikipédia. Basicamente, o arquétipo é uma energia que qualquer pessoa capacitada pode ter acesso utilizando de algum símbolo (cor, forma, figura, som etc), que em síntese é como nosso cérebro funciona. Vou dar um exemplo fofinho, amor. “Amor” é uma palavra que, quando cada pessoa lê/escuta vai se lembrar de alguns acontecimentos; esta palavra está relacionada ao símbolo do coração s2 geralmente, mas também pode estar no escudo do seu time, no nome de alguma pessoa, enfim, é uma energia que pode ser acessada por qualquer pessoa que, apesar de algumas divergências, vai sempre lembrar a pessoa de algo que ela queria por perto, subjetivamente falando, e esse seria o Arquétipo amor. Voltando ao assunto da carta de Tarot que tirei, por que eu tirei exatamente a carta “O Louco” e de certa forma eu interpretei como um conselho?
Lembremos a teoria de um louco para achar a credibilidade que eu dei: Tudo é energia, até mesmo os objetos físicos o são na forma condensada: E=mc². Tomando por base que uma ideia, ou o que for que passe na minha cabeça, é uma energia simbolística – pensamos simbolicamente, graças ao fenômeno da ressonância, meu corpo escolhe a carta cuja energia arquetípica tem exatamente a mesma frequência que meu pensamento, fenômeno chamado de sincronicidade por Carl Gustav Jung (que diz basicamente que nenhum símbolo entra sem nenhum motivo na vida de uma pessoa), e então tenho uma base sólida para saber o que se passa na minha cabeça nesse momento, podendo ser interpretado como um conselho meu para mim mesmo.
O Louco (Tarot Mitológico)
Exatamente, o que é um Louco? Nada que conheço explica melhor esse arquétipo que o poema escrito por Khalil Gibran: O Louco.

O Louco

Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim: um dia, muito tempo antes
de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo e notei que todas
as minhas máscaras tinham sido roubadas
- as sete máscaras que eu havia 
confeccionado e usado em sete vidas –
e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"

Homens e mulheres riram de mim e alguns
correram para casa, com medo de mim.

E quando cheguei à praça do mercado,
um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: 
"É um louco!".

Olhei para cima, pra vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.

Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua,
e minha alma inflamou-se de amor pelo sol,
e não desejei mais minhas máscaras.

E, como num transe, gritei: 
"Benditos, bendito os ladrões que 
roubaram minhas máscaras!"

Assim me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade 
como segurança em minha loucura: 
a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual que nos 
compreende escraviza alguma coisa em nós.
                
Ao ler esse poema eu fiquei maravilhado e, quando isso acontece, vem aquela minha necessidade de fazer algo para expôr meu sentimento e então criei uma música. Esta música, na verdade, traz consigo, além deste sentimento ao ler o poema de Khalil Gibran, alguns pensamentos sobre loucos que guardei durante toda minha adolescência, não exatamente coisas que fiz, mas mais o que percebi de outras pessoas, e também uma experiência que vivi com um grande amigo ao transformarmos o jogo mais chato que normalmente se tem em uma festa junina, acertar uma bola na boca de um palhaço, no evento que mais rendeu lucros daquela festa. Sendo assim, vou mostrar sua letra pela primeira vez para outras pessoas.

A boca do palhaço

Hoje é dia 15 acordei sem a razão
Joguei fora minhas máscaras, liberdade de expressão
Peguei o meu Marotte e abandonei a Medicina
Rebelei contra o sistema vou acabar com esta sina

Que tamanho de sapato deve ser proporcional
Olha o louco aí!

Jogue as bolas, na boca do palhaço
Jogue tudo, na boca do palhaço

Sou um grande e imortal, sobre tudo é meu poder
Nariz vermelho e boca branca suas bolas vou comer
Sapato grande que animal minha vênus vai gostar
Com o tamanho desta mala, fantasias vão acabar

Faço Yoga e Nigga Flip...hmmm
Olha o louco aí

Jogue as bolas, na boca do palhaço
Jogue tudo, na boca do palhaço

Com bebidas pego todas com maconha eu sei voar
Mas estes magos é que são drogas então no wicca vou entrar
De horóscopo eu sei tudo seu futuro adivinhei
Tem vampiros do meu lado onde foi que eu errei?
Sem razão não faz sentido..
Olha o louco aí!

Jogue as bolas, na boca do palhaço
Jogue tudo, na boca do palhaço

Termino este post, feito com muito amor, agradecendo a todos que passaram por aqui, até o próximo.
Vai dar certo.
Abraços.


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