Por: Colorado Teus
Auto-entendimento
Satisfação,
Estou passando por um momento novo na minha vida, estou em uma conexão forte com a Egrégora Judaica, devido ao Sefirat ha Omer, e algumas coisas diferentes estão vindo à minha mente em forma de conhecimento propriamente dito ou raciocínios incomuns, por isso, pode ser que hajam algumas mudanças por aqui. Hoje venho tentar esclarecer um pouco mais sobre um conceito que gera muitas polêmicas e foi alvo de muitas distorções no último século: o Ego. Sugiro que antes leiam os textos: Falta de afinidade ou falta de entendimento?, A Torre e A Verdadeira Vontade e Raul Seixas.
O que é o Ego? Na visão de Colorado Teus, o Ego é um filtro de informação. O que é um filtro? Filtro é algo que para certos tipos de coisas funciona como um portão aberto e para outros um escudo, que não deixa aquilo passar. E isso é bom ou ruim? Depende de seus objetivos e estado de evolução, muito provavelmente se você conseguir acabar com o Ego é porque você está em um estado evolutivo em que consegue viver sem ele.
Então, analisando a imagem à cima, como acontece um pensamento que temos consciência? De algum lugar, seja ele o Superconsciente, Subconsciente ou Egrégoras, chega o conhecimento para o seu consciente, porém, ele tem que passar pelo filtro do seu Ego, teoricamente seriam apenas "as coisas importantes" para você. Abstraia que não tornamos consciência nem 0,01% daquilo que nossos sentidos são capaz de captar (você notou uma gordurinha que tem embaixo do fio da fonte de alimentação elétrica do seu computador? Provavelmente seu cérebro notou, mas não tornou isso consciência enquanto você não fixou seu olhar naquilo) e já é difícil viver assim, ou seja, já parou pra pensar se tornássemos tudo isso consciência? Seria muito difícil viver, demoraríamos um grande tempo para acostumar, então, de certa forma, é importante ter um certo filtro de informações.
Mas é sempre importante? Muito longe de sempre! Pensem em uma pessoa que a vida toda se vangloriou por saber muito, tem um grande orgulho pelos seus feitos, maioria das coisas que tem são troféus que ganhou graças a algo. Você acha que se um dia chegar alguma coisa e falar que tudo que ele sabia é errado ele vai aceitar facilmente? Mesmo se aquilo for mais coerente do que o que ele pensava?
Já dizia o Exu Sete Covas:
Ou seja, muitas vezes fazemos algo que alimenta a própria inércia e atrapalha a evolução, simplesmente porque gostamos desta inércia. Pode isso Arnaldo? Claro que pode, mas eu desejo a evolução e este texto é para aqueles que assim como eu também desejam. Então, como proceder?
Como foi dito no texto A Torre (a metáfora da torre é algo que deixa algumas pessoas/animais passarem e em outras elas tacam flechas, defende aquilo que está dentro ou atrás dela, ou seja, serve para um dos tipos de Ego) o importante é você ter controle sobre este filtro, colocar para passar por ele apenas aquilo que está diretamente ligado à sua Verdadeira Vontade. Como controlar isso é realmente uma das coisas mais difíceis do caminho da evolução, logo citarei alguns caminhos relacionados a esse controle, por enquanto vou citar alguns exemplos de como o Ego age no dia-a-dia.
Vivemos em uma sociedade na qual a maioria das pessoas se baseiam na imagem (físico) e, de certa forma, é algo que gostamos de controlar: o como nos exibimos. Muitas vezes deixamos de fazer muitas coisas simplesmente porque denegririam o conceito que algumas pessoas tinham sobre a nossa imagem, por exemplo, muitas pessoas deixam de comer aquilo que gostam para não engordar, pois o modelo de pessoa bonita vigente é uma pessoa mais magra. Mas o quanto vocês acham que isso realmente vale a pena? Note que não estou entrando no quesito saúde aqui, simplesmente imagem. Bom, teoricamente, se eu for magro eu vou ser mais aceito pela sociedade, vou ter uma chance maior de conquistar alguém que dê valor nisso, vou aumentar a chance de me sair bem em esportes...mas...e se meu prazer em comer for maior do que esses outros derivados do não-comer? Por que não posso parar no "apreciar o alimento que queria apreciar" e ser feliz assim?
Vamos supor uma conversa entre duas pessoas, um estuda numa I.V.Y. league e a outra não tem estudos nenhum. Numa discussão assim, é muito comum dar-se a razão para o estudante simplesmente por causa dos méritos anteriores dele (entrar para tal faculdade) mesmo se ele estiver errado no caso, por que? Uma questão de confiança que se cria em volta de algo que ele já fez (isso que ele pode ter, por exemplo, comprado sua vaga com o dinheiro do pai ou que a faculdade dele não tenha nada a ver com o assunto em questão), tem base no medo de confiar em alguém que não tenha o selo de aprovação da sociedade e fazer assim uma escolha errada, ou seja, é uma ferramenta do Ego.
Com os exemplos, espero que esteja dando para perceber que a raiz do Ego está no próprio meio em que nascemos, está no Medo de não sermos aceitos ou receber aprovações deste meio; o grande problema, para quem procura a evolução, é que este meio traz consigo a ideia de que ele seja perfeito, ou seja, ele não precisa mais evoluir, então, tentar receber a aprovação dele é um caminho com grandes possibilidades de estagnação. Ou vocês acham que quando Albert Eistein disse que matéria era energia ninguém contestou e/ou morreu falando mal do louco que queria provar que este estava errado? Ele teve que lutar contra o Ego de muitas pessoas para conseguir exercer sua Verdadeira Vontade. Imagine o caso de uma pessoa que veio para libertar muitas pessoas que estejam sendo escravizadas, ela terá que lutar contra o Ego dos que as escravizam, apesar de poder também simplesmente ignorar esta missão e se aliar aos escravizadores para alimentar o próprio.
De acordo com os estudos dos alquimistas, ficou chamado de defeito capital aquilo que compõe o Ego que vai contra a evolução da própria pessoa ou também da de outras, tendo sido citados os principais e as principais combinações entre estes no texto Se7en, a origem dos defeitos capitais, de Marcelo Del Debbio.
Como dito no texto do MDD, um dos defeitos capitais mais difíceis de se lapidar é o Orgulho, na minha interpretação é porque uma das coisas que mais faltam, e é o que fode tudo quando acontece, é a coragem/vontade para/de descobrir que o tempo todo estava errado naquilo que sempre disse/impôs aos outros como uma verdade absoluta e isso diminuiria a confiança deles em você. Mas já disse meu amigo Sergio Pacca: "Quem teme perder sabe, intimamente, que não está à altura da conquista."
Alguns desses medos chegam a ir tão longe que viram fanatismos, como disse meu querido Pai Joaquim de Aruanda: "Meu filho, fanatismo é doença psíquica séria demais! É uma espécie de vírus do ego. E é encontrado em todas as áreas humanas, até mesmo na Ciência.
Sua base é sempre o ego, que pressupõe que seu caminho é melhor do que o dos demais. Seja o religioso, o cientista, o político, o esportista, ou o estudante espiritual, todos podem padecer desse mal. Portanto, falar de modéstia e flexibilidade é uma necessidade básica. Alertar sobre o orgulho de se achar o máximo é o mínimo. E saber que muitos são os caminhos que levam ao Divino, que está em tudo, é sabedoria"
Citando outros grandes nomes, já dizia Raul Seixas: "O meu egoismo é tão egoísta, que o auge do meu egoismo é querer ajudar." Ou seja, quando uma pessoa quer ajudar outras está partindo do pressuposto que ela está em uma condição melhor que as delas ou que tem uma superioridade mental em relação às "necessitadas", reforçada negativamente quando a pessoa ajuda a outra simplesmente por querer ser beneficiada após a ajuda. Ou seja, este próprio blog, que tem por intuito ajudar pessoas no caminho do autoconhecimento é uma forma de egoismo, ou seja, tentem imaginar como é foda fugir do Ego nos atos. Tentaram imaginar? Vou falar um pouquinho da visão dos budistas em sobre o Ego e vocês verão que buraco que entramos quando tentamos racionalizá-lo.
No budismo, o mundo externo nunca é separado do observador, uma das maneiras de olhar para a natureza da existência é a partir do ponto de vista da nossa própria percepção, da maneira como experimentamos o mundo individual em que cada um de nós habita. Todos os fenômenos que aparentam existir fora de nós estão também contidos dentro deste mundo, porque a nossa experiência real deles somente existe dentro de nossas mentes. Como dizia Nietzsche: "Não existem fatos, apenas interpretações". Ou seja, tudo que entra na consciência passa pelo Ego antes.
Hoje estou "exagerando" nas citações, por que? Na minha concepção é algo muito chulo eu tentar explicar algo indo contra sua própria essência na explicação, enfim, o ideal seria citar várias definições sobre o Ego e a visão de vários grandes autores para meus queridos leitores terem um grande âmbito para conseguirem jogar a ideia do Ego em seus próprios mundos, não só a minha visão, mas mesmo assim só é um pouco menos chulo, não deixa de ser.
Agora que já falei um bocadinho para começar a entender como funciona o Ego, vou falar de algumas maneiras de superá-lo, chegou à mim,certo dia, esta imagem:
É possível identificar que estes 7 passos estão bastante relacionados com os defeitos capitais identificados no texto do MDD que citei neste post, mas algo bastante interessante de notar é o entrelaçamento encadeado que pode acontecer entre cada um, veja bem um exemplo:
Se eu me sinto ofendido por algo, é porque eu acho que tenho a razão na situação. Se eu acho que tenho a razão é porque eu me sinto superior àquilo que me ofendeu. Se eu não quero abdicar de ser superior, pode ser porque eu gosto de cuidar da minha fama de ser superior. Se eu não quero abdicar da minha fama, pode ser porque eu gosto daquilo que eu ganho com ela. Se eu gosto de ganhar algo com a fama, pode ser porque eu tenho a necessidade de ter mais. Se eu tenho a necessidade de ter mais, pode ser porque eu gosto de acumular e identificar-me naquilo como meus êxitos. Etc. Amigos, isso vai longe, meditem sobre, e verifiquem que chega uma hora que temos que fazer igual a Lilith, começar pela humildade e começar a matar demônio por demônio, se quisermos sair desse ciclo.
Quando identificar-se com algum destes passos ou com alguém que apresente um sintoma que necessite esse tipo de ação, examine a si mesmo pois nosso Ego é resultado direto do nosso estado vibratório e daquilo que atraímos com ele. Por isso é tão indicado fazer meditações olhando para imagens de certos deuses para harmonizarmos e fazermos uma ligação com suas Egrégoras (gosto de fazer isso com Orixás da Umbanda e deuses hindu).
Para terminar este post vou citar uma frase que postei no facebook há alguns dias sobre uma das maiores armas contra o Ego: O Amor. O Amor é a Lei, Amor sob Vontade!
"O Ego das pessoas em um relacionamento funciona como as cascas de uma cebola. Há inúmeros modos de fazer com que essas cascas caiam e, cada vez que uma cai, mais no interior somos capazes de enxergar e passamos então a perceber o quanto de afinidade realmente temos com a pessoa. O Amor, como uma das principais armas contra o Ego, é quem nos ajuda a queimar essas cascas e é o grande responsável, na verdade, por vários términos de relacionamentos, pois ele ajuda a enxergar mais rapidamente que pode ser que não fosse para ser aquela pessoa que deveríamos ter em nossa companhia e então seria melhor partir para uma nova tentativa ou tentar transmutar-se para se harmonizar com o grau evolutivo do parceiro(a). É também por isso que paixões muito ardentes fazem com que muitos relacionamentos acabem rapidamente, então, não devemos ver esse acontecimento como um mal entendido e sim como parte essencial de nosso processo evolutivo."
Vai dar certo!
Legal! Gostei.....
ResponderExcluirOlá, obrigada pelo ótimo texto, realmente dá margem pra várias reflexões. Mas partindo do ponto de vista de que a arma contra o ego seja a mansidão, não existe uma grande chance de nos anularmos ao tentarmos discernir o que é ego e o que é vontade? E se tiver de entrar em embate com outros egos para conseguir realizar a verdadeira vontade, é possível fazer isso sem despertar outro ego?
ResponderExcluirSe você partir dessa premissa sim, mas não é uma premissa verdadeira :) Mansidão é um defeito que mistura preguiça e luxúria, o qual dá margem para pessoas de atitude controlarem pessoas sem atitude (ou reativas). Não confundir mansidão com diplomacia, essa sim é uma virtude, de quem tenta reconciliar paradoxos sem o uso da violência :)
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