Merecimento, capacidade e a Lei do Triângulo

Por: Hipátia

Olá a todos,

No último post, discutimos um pouco sobre a dualidade e sua aplicação em nosso cotidiano. Dando sequência ao estudo das polaridades, nesta semana vamos conversar um pouco sobre a Lei do Triângulo, que atua tanto no plano material quanto no plano espiritual.

Esta Lei se baseia na existência da polaridade: existe o Um com determinadas atributos, por exemplo, polaridade positiva, enquanto existe o Dois, que apresenta propriedades opostas ao anterior, por exemplo, polaridade negativa. Quando um estiver na presença do outro e se não existir um agente interno ou externo que lhes opõe, sua união se produzirá obrigatoriamente, gerando o Três, que apresentará qualidades dos dois elementos geradores, mas constituirá uma entidade distinta delas.

Para facilitar o entendimento, novamente peço aos leitores que pensem em exemplos no seu cotidiano contendo esta Lei. Talvez a primeira coisa que vem em nossas mentes é o caso da reprodução: é preciso um espermatozoide e um óvulo, células com qualidades opostas, para se formar um novo ser; ele será a uma entidade distinta de seus geradores, mas formado pela união das características deles. Um segundo modelo é o da corrente elétrica, que possui uma fase positiva e outra negativa e é a união destas fases que é gerada a eletricidade. Por fim, também podemos pensar no aparecimento de uma doença, em que existe um corpo físico que, por algum motivo, é invadido por um determinado patógeno e a somatória destes dois agentes opostos leva ao aparecimento da doença em questão.

A Lei do Triângulo em prática

Este último exemplo do surgimento de uma doença também nos ajuda a entender como podemos aplicar a Lei do Triângulo de forma positiva em nossas vidas. Vamos pensar: temos em uma ponta do triângulo o nosso corpo físico, na segunda, o patógeno e na terceira, a doença instalada, então como voltar ao estado de saúde? Ora, se a Lei do Triângulo nos diz que é preciso juntar duas características opostas para o surgimento de uma terceira, então basta que nos livremos de uma das duas pontas formadoras da doença!... bem, não vamos nos livrar do corpo físico, então nos resta eliminar o patógeno, seja tomando remédios receitados por um médico, melhorando nossos hábitos de vida, mudando o jeito como encaramos os problemas.

Prosseguindo, proponho que utilizemos os princípios da Lei do Triângulo para refletirmos sobre como atingir nossos objetivos. Primeiramente, quais são seus objetivos de vida? Quais são seus sonhos? Você quer ser médico? Você quer mudar de emprego? Você quer uma promoção no seu emprego atual? Você quer arrumar um(a) namorado(a)? Você quer fazer aquela viagem dos sonhos? Vamos pensar em um exemplo prático para deixar a explicação mais clara: um dos sonhos da vida de César é ser médico. O que ele precisa para atingir este objetivo? Bem, primeiramente, ele precisa ter a capacidade de exercer a profissão de médico e, para isso, ele precisa dos conhecimentos necessários para atuar como médico. Como ele pode adquirir estes conhecimentos? Ele vai ter que fazer uma faculdade, residência, dependendo da área que escolher atuar vai ter que fazer uma pós-graduação para aprofundar seus conhecimentos. Resumidamente, primeiro ele precisa adquirir os conhecimentos adequados para ter a capacidade de exercer o sonho que quer.

Vamos, neste instante, pensar no segundo ponto. César tem o merecimento de ser médico? Ele se empenhou em seus estudos, primeiramente, para entrar na faculdade e, posteriormente, para atingir as notas adequadas para se formar em Medicina? Ele se mostrou um aluno aplicado nas oportunidades de estágio que teve, no contado com os professores e outros profissionais de sua área e no contato com os pacientes? Ou ele levou os estudos nas “coxas”? Portanto, o segundo ponto deste triângulo é o merecimento.

Culpa

Acredito que este último ponto possa nos levar a aprofundamentos quanto ao nosso merecimento: você se acha merecedor de atingir seus objetivos? Vamos voltar ao César... Houve aquele dia em que ele estava mentalmente cansado e precisava de um descanso dos estudos, então resolveu sair com os amigos para uma “noitada”. “Nossa, mas ele perdeu uma noite inteira e parte do outro dia na gandaia, ele não é merecedor de se tornar médico!” e eu pergunto: será? Teve aquele outro dia em que ele acordou de mau humor e foi mal-educado com um dos colegas de trabalho... “uma pessoa assim não merece se tornar médico!” e novamente eu pergunto: será? Estou dando estes simples exemplos para que lembremos que somos meros mortais, com altos e baixos e que eventualmente erram e precisam de descanso (mental, físico ou espiritual) e não tem nada errado nisto! Isto não nos torna menos merecedor de algo. Nosso corpo e mente precisam de um tempo para repor suas energia, seja dormindo, saindo com os amigos para distrair, indo ao cinema, lendo um livro... Momentos como esses são apenas repositores de energias para continuarmos a caminhada, pois, assim como um carro não pode se mover sem combustível, nós não conseguimos seguir nossos sonhos de maneira empenhada e adequada se estamos com “a bateria” fraca. Por fim, o segundo ponto é: é normal errarmos! Não conseguimos ser perfeitos 100% do tempo, um dia nós acordamos de mau humor e acabamos sendo mal-educados com alguém; outro dia, apresentamos comportamentos que acabam fazendo mal a alguém... Errar faz parte da jornada e é por intermédio dos erros que aprendemos e crescemos, então, você errou? Sim? Peça desculpa à pessoa que você magoou, apresente um comportamento para reverter ou ao menos minimizar os prejuízos e, principalmente, aprenda com o seu erro! Errou, aprendeu, agora vem o terceiro passo: deixe-o para trás! Não carregue culpas com você! Nós não temos o poder de mudar o passado, ficar se culpando não vai mudar o que se passou, então para que carregar culpas? Aprenda a se perdoar e tenha em mente que errar não o torna menos merecedor de atingir seus objetivos.

Resumidamente, você tem um sonho (terceira ponta do triângulo), então se pergunte: eu tenho capacidade de realizá-lo (primeira ponta do triângulo)? E eu sou merecedor(a)? Tente fazer este exercício o menos apegado que conseguir ao seu ego, pense como se você estivesse olhando outra pessoa que não você, então não se deixe levar por desculpinhas bobas que nosso ego vive arrumando, como “eu sou tão ocupado, não tenho tempo pra fazer aquela especialização” (você realmente não tem tempo ou você não quer arranjar tempo?) ou “não deu pra fazer a tarefa, porque eu resolvi sair com a galera” (mas não dava pra se programar para fazer antes do fim de semana?). Mas não seja tão duro a ponto de achar que não é merecedor por causa de um erro cometido há 1... 5... 10... 20 anos atrás, isso além de não mudar o passado, ainda toma tempo e saúde que você poderia estar usando para atingir seus sonhos.

Portanto, examine seus comportamentos e comece a apresentar atitudes que o ajudarão a atingir seus sonhos.

Uma ótima semana a todos!