Por: Colorado Teus
No último capítulo foi falado dos sistemas simbólicos que permeiam as
culturas, se referindo a um espaço-tempo específico. Porém, alguns desses
padrões podem ser encontrados em todas as culturas deste nosso planeta, o que
denominamos “padrões universais” ou Arquétipos. Eles existem, como uma
experiência subjetiva, em todas as pessoas, culturas e períodos da história.
Tente achar algum padrão na seguinte imagem, referente a líderes
político-religiosos de diferentes culturas:
Em todas as figuras podemos notar algum símbolo na
cabeça da figura, algo que se parece com um fogo, uma luz cristalizada em um
objeto físico. Um símbolo que representa um Arquétipo é chamado de Imagem
Arquetípica (trocando em miúdos, a imagem como um grupo de pessoas identifica
um Arquétipo).
Podemos citar vários arquétipos pelos quais
qualquer pessoa passa nos diferentes momentos da vida, vou pegar alguns dados
no livro “O Tarot Mitológico”, de Juliet e Liz Greene:
- O nascimento, é real em um nível concreto, qualquer coisa que exista precisa nascer. Mas também é uma experiência psicológica de espécie arquetípica, pois sempre que iniciamos algo novo, ou entramos em uma nova fase da vida, há um sentido de nascimento. Nascimento também implica outros estados subjetivos, porque nascer significa abandonar as reconfortantes e serenas águas do útero materno, tanto em nível físico quanto psicológico.
- A morte, todos nós um dia morreremos. Da mesma
forma a morte também é psicológica, porque a vida muda, como nós também
mudamos; todas as vezes que há um final de qualquer espécie, uma separação ou o
fim de uma fase da vida, há um sentido de morte.
- A puberdade, a passagem da infância para a
adolescência, também pode ser entendida como um arquétipo de maneira psicológica,
toda vez que paramos de olhar para algo de uma maneira infantil e passamos a
tentar compreende-lo de forma a integrar a vida de uma maneira mais real que
nos atinge.
São inúmeros esses padrões, o que os classificam
como padrões universais são suas capacidades fractais. Um fractal é algo que
olhado em diferentes escalas (maiores ou menores, mais profundas ou rasas, etc.)
é composto por partes que formam algo semelhante ao conjunto de todas essas
partes (lembram-se que o homem foi feito à imagem e semlhança de Deus? Assim, o
homem é um fractal de Deus, o que está em cima é como o que está embaixo, assim
na terra como no céu). Um exemplo típico de fractal é o Mandelbrot:
Mandrelbolt |
Note que suas pequenas partes são identicas ao
todo. Mas este é um exemplo perfeito, temos um exemplo bem mais próximo de nós,
que é comparar nossas células ao nosso corpo todo. Cada uma de nossas células
possui suas organelas, assim como nosso corpo possui seus órgãos, cada célula
possui sistema de entrada e saída de energia, cada célula tem sua parte
responsável pela manutenção da energia, tem sua parte responsável pela
harmonização e equilíbrio de todas suas partes, tem suas partes responsáveis pela
sincretização da energia, etc., e esses mesmos padrões o corpo humano possui,
assim como qualquer outro ser vivo, em suas variadas escalas.
Tendo esta noção, chegamos no que já citamos no
texto anterior e foi chamado de “Inconsciente Coletivo”, que é o depósito de
todas as imagens arquetípicas (signos, símbolos, etc.) e, sendo assim, qualquer pessoa deste mundo é capaz de entendê-lo
pois já os vivenciou de alguma forma, basta ter o devido cuidado ao analisar.
Existem muitos nomes dados a esse inconsciente, Paulo Coelho, por exemplo,
chama isso de Linguagem Universal e diz que seres humanos que pertencem a
culturas diferentes e não falam a mesma língua conseguem se comunicar ainda
assim, vide O Alquimista.
Retomando o exemplo do corpo e das células, uma
célula não precisa saber que existe um cérebro dando comandos para ela para que
faça o que deve que fazer, pois o comando passa por muitas outras células antes
de chegar até ela, o que importa é ela fazer o que tem que fazer, se é uma
célula muscular, que ela produza movimento, se for uma neuronal, que ela
repasse o comando para suas vizinhas, se for uma célula óssea, que ela dê
sustentação, se for uma epitelial, que ela dê proteção, etc. O que importa é
que se cada uma faz sua parte, o todo sobrevive, e se o todo sobrevive, cada
uma recebe o que precisa para continuar fazendo sua parte.
“The tune will come to you at last
When all are
One and One is all!” Stairway to Heaven, Led Zeppelin
Note que se qualquer célula “resolver” não fazer
sua função e tentarem desempenhar outras funções, o todo morre e elas morrem
juntas, pois é um sistema interdependente; assim como a célula só sobrevive se
suas organelas desempenharem suas devidas funções e as organelas se a célula
estiver viva.
Com o Coletivo a ideia é a mesma, enquanto cada
pessoa não desempenhar aquilo que faz de melhor e não estiver no lugar em que
foi designada a ocupar ao ser criada, Ele também terá problemas; mas note
que se a pessoa tenta fazer aquilo que nasceu para fazer, ela também terá
aquilo que precisa para fazer; no nosso mundo isso é traduzido em felicidade,
conforto, alimentos, dinheiro, etc., quanto mais trabalhamos em prol desta
harmonia do todo (no caso de quem escreve uma apostila como esta que está lendo,
representa para esse Todo o que uma célula neuronal – transmite
mensagens/comandos – representa para o corpo), mais recebemos o que precisamos
receber, neste caso do arauto o principal é conhecimento.
Apesar de tudo, é difícil saber quando estamos
fazendo exatamente aquilo que devemos fazer, uma indicação é o que foi citado
sobre receber tudo que precisamos para fazer, mas nem sempre tudo que nos é
dado é tão óbvio quanto trabalhar e receber o salário combinado. Um exemplo de
caso menos óbvio é quando uma pessoa está em dúvida se deve ou não continuar
fazendo alguma coisa, anda pelas ruas e enxerga num Outdoor a palavra
“continue...”; a pessoa passava por ali todos os dias mas nunca tinha dado
atenção para aquela palavra, justamente no dia que precisava de uma
resposta sobre “continuar ou parar” ela percebeu a palavra – como se sua
atenção tivesse sido atraída para ela. O que muitos dizem (isso é muito bem
exemplificado no livro Xamã Urbano, de Serge Kahili) é que quando nossa atenção
é puxada desta forma a algo assim, é porque o Todo está tentando falar conosco
(como se aquilo que está no nosso subconsciente fosse atraído magneticamente
para o signo).
Quando pensamos em “justamente no dia”, “justamente
na hora”, etc., estamos falando de sincronicidade, ou eventos que possuem uma
relação de significado dada pelo Tempo (quarta dimensão) e não exatamente por
Ação e Reação, e essa é uma das formas do Coletivo se comunicar conosco e
avisar se estamos no “tempo-espaço certo”, caminhando em direção a ele ou nos
afastando. A beleza de um “nado sincronizado”, por exemplo, é justamente quando os nadadores
fazem todos movimentos iguais e ao mesmo tempo, este "mesmo tempo" é o que mostra a harmonia
entre os nadadores.
Esta forma que citei é a de como o Todo fala
conosco no mundo físico, porém, Ele pode enviar mensagens por via de visões e
sonhos (por exemplo sonhos harmônicos ou pesadelos, belas artes ou desenhos
horríveis, que seria no plano astral, do Ar) ou sentimentos (por exemplo
felicidade ou tristeza, entusiasmo e depressão, que seria no plano emocional,
da Água). É aqui que chegamos, por fim, no último plano de abordagem desta
apostila, Atziluth, ou o mundo do Fogo, mundo dos Arquétipos e padrões universais.
Quando conseguimos interpretar todos esses sinais
do plano físico, astral e emocional, podemos nos harmonizar com esse Todo. A
palavra Thelema (que em alguns livros significava “Vontade de Deus” e em outros
“Vontade do Homem”) foi utilizada por Aleister Crowley para representar essa
harmonização, essa sincronicidade perfeita, dizendo que a primeira parte da
evolução do homem é descobrir qual sua Thelema, o que muitos sistemas
chamam de Iluminação ou Illuminati Capite. Há muitos termos utilizados para
representar essa ideia, como descobrir sua Lenda Pessoal, transformar o Chumbo
em Ouro, descobrir sua Verdadeira Vontade, conversar com seu corpo Búdico,
desenvolver a consciência Khrística quando se referir a Krishna ou Crística quando
se refere a Jesus (hoje em dia é o “eu vi Jesus”), procurar o Santo Graal, descobrir
quais são seus Orixás de cabeça na Umbanda e Candomblé, etc.
Vai dar certo!
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