14 de mai. de 2014

Vida e Obra de Pitágoras

Por: Frater Resch


Saudações nas luzes maiores da humanidade, caros leitores.
O exposto a seguir é um estudo sobre a vida e obra de Pitágoras, baseado nos trabalhos do maçom e rosacruz, Manly Palmer Hall (livro The Secret Teachings of All Ages). Os profanos conhecem Pitágoras apenas como criador do famoso “Teorema de Pitágoras”, mas trata-se, em verdade, de um iniciado e grande líder espiritual que ultrapassou muitas mentes atuais com sua grandiosidade. Pitágoras é de grande importância para os maçons, inclusive por ter criado uma “Sociedade” na qual as pessoas se reconheciam como irmãos e irmãs.
A história deste sábio começa quando seu pai, Mnesarchus, e sua esposa, Parthenis, foram até o oráculo de Delfos para saber se o destino era favorável à sua viagem de volta à Síria. Quando a Pythoness (profetisa de Apolo) sentou-se sobre a fenda do oráculo num tripé de ouro, ela não respondeu a pergunta que haviam pedido, mas disse a Mnesarchus que sua esposa daria luz a um filho que estava destinado a superar todos os homens em beleza e sabedoria, e que durante todo o curso de sua vida iria contribuir muito para o benefício da humanidade. Mnesarchus ficou tão impressionado que mudou o nome de sua mulher para Pythasis, em honra à sacerdotisa.
Quando a criança nasceu, na Fenícia, era, como o oráculo havia dito, um filho. E Pythasis chamou a criança de Pitágoras. Pitágoras nasceu em algum tempo entre 600 e 590 a.C.
                 

            Durante sua juventude, foi discípulo de Pherecydes e Hermodamas, e na adolescência se tornou famoso pela clareza de seus conceitos filosóficos. Diziam que seu corpo era similar ao de Apolo (beleza na anatomia).
Existem algumas lendas sobre Pitágoras, umas dizem que ele não era mortal, mas um deus em forma humana, para instruir a raça. Considera-se que Jesus e Pitágoras nasceram em localidades próximas, assim como as formas de aviso de seus nascimentos foram similares. Também existem outras semelhanças. Pitágoras também foi conhecido como “filho de Deus”, sob inspiração divina. Godfrey Higgins escreveu em Anacalypsis: “Após ter adquirido tudo o que foi possível para ele aprender dos filósofos gregos e presumidamente, tornar-se um iniciado nos mistérios de Elêusis, ele foi para o Egito, e depois de muitas recusas e recusas, finalmente conseguiram garantir iniciação nos mistérios de Ísis, nas mãos dos sacerdotes de Tebas. Então este “marceneiro” intrépido seguiu seu caminho para a Fenícia e Síria, onde os Mistérios de Adônis foram conferidos a ele, e cruzou para o vale do Eufrates, onde demorou tempo suficiente para se tornar versado na sabedoria secreta dos caldeus, que ainda residiam nas proximidades da Babilônia. Por fim, ele fez o seu maior e mais histórico risco através da Media e Pérsia em Hindustão, onde permaneceu vários anos como aluno e iniciado dos Brâmanes de Elefanta e Ellora.”
É dito que Pitágoras foi o primeiro homem a chamar a si de filósofo. De fato, o mundo é endividado com ele pela palavra “filósofo”. Antes desse tempo, os conhecedores eram chamados sábios, que significa ‘’aquele que conhece’’. Pitágoras foi mais modesto, dando o conceito de filósofo como ‘’aquele que está tentando descobrir’’.
            Depois de retornar de suas andanças, Pitágoras estabeleceu uma escola, às vezes chamada de Universidade, em Crotona (colônia Dórica no Sul da Itália). No início, ele era considerado com desconfiança, mas depois de um curto período de tempo, os cargos importantes ao redor pediam seus conselhos em questões de grande momento.
            Ele reuniu ao seu redor um grupo de sinceros discípulos, os quais ele instruiu na sabedoria secreta que havia sido revelada a ele e também nos fundamentos da matemática oculta, música e astronomia, que ele considerava a fundação triangular para todas as artes e ciências.
            Aos 60 anos, casou-se com uma de suas discípulas e sete crianças resultaram dessa união. Sua mulher era uma pessoa extraordinariamente capaz, que não apenas inspirou Pitágoras durante os anos de sua vida, como depois de seu assassinato continuou a promulgar suas doutrinas.
            Devido a sua genialidade, Pitágoras obteve inimizades pessoais e políticas. Dentre essas, houve um que, por ser recusado na iniciação, decidiu destruir Pitágoras e sua filosofia. Através de falsas propagandas, esse descontente colocou a mente das pessoas comuns contra o filósofo. Sem avisar, um bando de assassinos desceu sobre o pequeno grupo de construções onde o grande Professor e seus discípulos habitavam, queimando as estruturas e matando Pitágoras (segundo relatos...)
 Existem discrepâncias, pois alguns dizem que ele foi morto com seus discípulos, outros contam que, durante sua fuga de Crotona com um pequeno grupo de seguidores, ele foi pego e queimado vivo por seus inimigos numa pequena casa onde o bando decidiu descansar a noite. Alguns outros dizem que, ao se encontrarem em meio da estrutura em chamas, os discípulos se atiraram ao fogo, construindo uma ponte humana pela qual Pitágoras escapou, apenas para morrer de coração partido pouco tempo depois, como resultado de luto pela esterilidade aparente de seus esforços para servir e iluminar a humanidade.
Edouard Schure, em seu “Pitágoras e os Mistérios Délficos”, relata o incidente como forma ilustrativa do vínculo de união dos membros da escola pitagórica: “Um deles, que caiu em doença e pobreza foi gentilmente pego pelo dono de uma estalagem. Antes de morrer, ele traçou alguns símbolos misteriosos (o pentagrama, sem dúvida) na porta da estalagem, e disse ao dono: ‘Não se preocupe, um de meus irmãos irá pagar meus débitos’. Um ano depois deste acontecimento, quando um estranho passava por esta estalagem, ele viu os símbolos e disse ao dono: ‘Eu sou um Pitagórico; um de meus irmãos morreu aqui; diga-me o que eu devo em sua conta’.”
            Os discípulos sobreviventes de Pitágoras tentaram perpetuar suas doutrinas, mas foram perseguidos.
            É dito que seus discípulos nunca fizeram referência a ele pelo seu nome, mas apenas chamavam-no como ‘’O Mestre’’ ou ‘’Aquele Homem’’. Isso pode ser devido à numerologia de seu nome, que possuía uma especialidade arranjada de letras com grande significado sagrado. Isso explica o motivo de o nome Pitágoras ter sido altamente reverenciado.
            Os ensinamentos de Pitágoras foram de transcendental importância aos maçons.
            A escola filosófica de Pitágoras possuía uma série de iniciações, para que seus pupilos passassem por uma série de degraus, sendo que ele nunca permitia contato pessoal com sua pessoa, até que os discípulos tivessem alcançado altos graus.
            Segundo seus biógrafos, os graus eram três em número. O primeiro era o dos ‘Mathematicus’, assegurando aos discípulos proficiência em matemática e geometria. Em segundo o grau ‘Theoreticus’, que tratava com superficiais aplicações de ciências exatas e, por último, o grau ‘Electus’, em que intitulava o candidato a passar adiante em função da máxima iluminação que ele era capaz de absorver. Os pupilos da escola pitagórica eram divididos em ‘exoterici’, ou pupilos em outros graus em ‘esoterici’, depois que haviam passado pelo terceiro degrau da iniciação e eram intitulados à sabedoria secreta. Silêncio, sigilo e incondicional obediência, eram princípios cardinais dessa grande ordem.
            Cada aplicação era testada nas artes (geometria, música e astronomia), buscando entendimento racional de Deus, homem ou natureza.
            Uma das declarações favoritas de Pitágoras era: “Devemos evitar com o nosso esforço máximo, e amputar com fogo e espada, e por todos os outros meios, do corpo, doença; da alma, ignorância; da barriga, luxúria; da cidade, sedição; da família, discórdia e de todas as coisas, excesso.” Ele também acreditava que não há crime comparado ao da anarquia.
            O Deus de Pitágoras era a Mônada, ou o ‘’Um que é Tudo’’. Ele descreveu Deus como a Mente Suprema distribuída completamente em todas as partes do Universo – a Causa de todas as coisas, a Inteligência de todas as coisas, e o Poder dentro de todas as coisas. Ele ainda declarou o movimento de Deus como circular, o corpo de Deus de ser composto da substância da luz, e da natureza de Deus ser composta da substância da Verdade.
            Pitágoras declarou que o alimento de carne nublava as faculdades do raciocínio. Ele não condenava seu uso ou abstenção. Também dizia que juízes deviam se abster de comer carne antes de um julgamento, de modo que aqueles que aparecessem recebessem a mais honesta e astuta decisão. Os pitagóricos possuíam conhecimentos de plantas curativas e sua propriedades, e Pitágoras dizia que a música possui um grande poder terapêutico, tendo preparado harmonias especiais para várias doenças.                                        
            Pitágoras ensinou que tudo na natureza é divisível em três partes e esquematicamente triangular. Ele disse: “Estabeleça o triângulo e o problema é em dois terços resolvido.” Também disse: “Todas as coisas consistem de três”.
            Deste modo, Pitágoras dividiu o Universo em três partes, as quais ele chamou de ‘’Mundo Supremo’’, sutil (interpenetrativa essência espiritual que permeia todas as coisas e, portanto, o verdadeiro plano da Divindade Suprema Própria, a Deidade sendo onisciente). O ‘’Mundo Superior’’ foi a casa dos imortais  (é também morada dos arquétipos e selos). O terceiro, ‘’Mundo Inferior’’, é o mundo das criaturas de substância material. Por isso é considerada a morada dos deuses mortais, do demiurgo, dos anjos que trabalham com os homens e espíritos que partilham da natureza da Terra. Finalmente, existe a humanidade e pequenos reinos.
            Os dígitos 1 e 2 não são considerados números pelos pitagóricos, porque representam as duas esferas supermundanas. Os números pitagóricos, portanto, começam com 3, o triângulo, e 4, o quadrado.
            Pitágoras praticava adivinhação, mas não há concordância atual sobre seus métodos. Acredita-se que usava de uma roda para ver o futuro, e teria aprendido hidromancia com os egípcios. Ele acreditava que o bronze possuía poderes oraculares. Certa feita, ele fez uma oração ao espírito de um rio e conta-se que uma voz saiu da água: “Pitágoras, eu te saúdo”. Também é dito que possuía poderes hipnóticos sobre homens e animais, assim como possuía ótima visão para ver coisas à distância, e descrever eventos que não aconteceram ainda.

            Pitágoras ensinou que o ponto é potência do nº1, a linha do 2, a superfície do 3 e o sólido do 4.
                                                
-Os aforismos simbólicos de Pitágoras:
        Jâmblico reuniu 39 dos ditos aforismos simbólicos e os interpretou. Declaração aforística era um dos métodos de instrução favoritos da Universidade pitagórica de Crotona.
           

Aforismo: I. Declínio das vias públicas, andar em caminhos pouco freqüentados. Por isso, deduz-se que aqueles que desejam sabedoria devem procurar em isolamento.
           
-Astronomia: Em sua astronomia, ele ensinava que fogo era o mais importante dos elementos, que o centro era a mais importante parte de cada corpo, e que, como o fogo de Vesta (fogo sagrado nas casas nos tempos antigos) estava em meio de cada casa, havia no centro do Universo uma esfera flamejante de brilho celestial. Esse globo central ele chamou de ‘’Torre de Júpiter’’, o ‘’Globo da Unidade’’, a ‘’Grande Monada’’ e o ‘’Altar de Vesta’’. Com o número 10 simbolizando a soma de todas as partes e a integridade de todas as coisas, era natural de Pitágoras para dividir o Universo em dez esferas, simbolizados por dez círculos concêntricos. Esse círculos começam no centro com o globo de Fogo Divino.
            Isaac Myer diz: “os pitagóricos consideravam que cada estrela era um mundo que tem uma atmosfera própria, com uma extensão imensa que o rodeia de aether.”
            Os discípulos de Pitágoras também reverenciavam o planeta Vênus, porque era o único planeta brilhante o suficiente para lançar uma sombra. Como a estrela da manhã, Vênus é visível antes do nascer do sol, e como a estrela da noite, ela brilha imediatamente depois do pôr do sol.

Tetractys
            Tetraktys: Theon de Smyrna declarou que os dez pontos ou a tetractys de Pitágoras era um símbolo de grande importância, pois para a mente perspicaz ele revelava o mistério da natureza universal.
                                   
            Os pitagóricos amarram-se pelo seguinte juramento: “Por ele que deu à nossa alma a Tetractys, que tem a fonte e raiz de natureza sempre surgindo”.
            Conectando os 10 pontos da Tetractys, nove triângulos são formados. Seis destes estão envolvidos na formação de um cubo. Os triângulos, quando as linhas estão devidamente traçadas entre eles, também revelam a estrela de seis pontas com um ponto no centro. Apenas sete pontos são usados na formação do cubo e da estrela. Cabalisticamente, os três pontos de canto não utilizados para representarem a tríplice natureza causal invisível do Universo, enquanto os sete pontos envolvidos no cubo e a estrela são os Elohim – os espíritos dos sete períodos criativos.
Conexões Tetractys
                                 
            Matemática:  Os pitagóricos declaravam que a aritmética era a mãe das ciências matemáticas.

-Teoria Pitagórica da Música e Cor: Harmonia é um estado reconhecido por grande filósofos como pré requisito imediato de beleza. Uma combinação é chamada de bela apenas quando suas partes estão em combinação harmoniosa (Sinestesia). O mundo é chamado belo e Seu Criador bom, pela sua performance em conjunto, dispostos harmonicamente na natureza. O bem que Ele atinge é harmonioso com Sua bondade.
O Universo é composto de gradações do que é bom e belo, essas gradações ascendem e descendem até a matéria, o grau inferior, e o espírito é o grau superior. A natureza superior do homem é o summum bonum (bem maior).
A natureza mais elevada deve prontamente conhecer o bem, pois o belo externo é para ele o mundo dentro da proporção harmônica que está presente na sua alma.
Quanto à música em si, é altamente provável que os gregos tenham iniciado seus conhecimentos sobre a música com os egípcios, que consideravam Hermes Trimegistus fundador das artes em geral, já que na lenda, o deus Hermes carregava uma lira. Nos mistérios tal lira era o símbolo secreto da construção humana. O instrumento é sua forma física e a sequência das notas musicais e espaçamentos é o próprio espírito do músico, sua alma que se manifesta. Então percutir as cordas era fazer com que o espírito ganhasse as harmonias. Pitágoras foi quem primeiro teria aprendido essa teoria divina da música dos sacerdotes dos mistérios egípcios.
Meditando sobre o problema da harmonia, Pitágoras passava por uma fogueira, na qual dentro de uma oficina operários batiam metal sobre a bigorna, e observando a variância da densidade entre os sons dos martelos grandes e pequenos e estimando as harmonias e discordâncias dos sons, ele teve um indício para os intervalos musicais da escala diatônica que ele desenvolveu e entrou na oficina. Após examinar as ferramentas e avaliando mentalmente os sons e depois os pesos, ele construiu um braço de madeira onde traçou as primeiras sessões de intervalos musicais.
Pitágoras assim projetou a primeira teoria musical com a sequência das notas. Ele assim descobriu todas as razões musicais e espaçamentos.
Entendemos, portanto, que Pitágoras não foi apenas um matemático, mas um Mestre em sua época que exerceu poderosa influência em seu meio, causando desconforto a uns poucos invejosos e o bem de muitos, iluminando as mentes dos homens. Também concluímos que, como muitos iniciados, foi perseguido. Hoje, suas luzes percorrem sociedades como a maçonaria e muitas outras, influenciando positivamente o modo de organização dos homens.


Minhas mais elevadas Vontades pela felicidade de todos vós,

Frater Resch




3 comentários:

  1. Frater, boa tarde. Você poderia por gentileza indicar a fonte desta frase no seu texto “Estabeleça o triângulo e o problema é em dois terços resolvido.” ? Agradeço. Marcos Trujillo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O Frater Resch já não está mais conosco e eu não sei a procedência.
      Colorado Teus

      Excluir
    2. Olá irmão. Esta frase é do próprio Pitágoras! E é um ensinamento muito profundo...Você pode encontrar histórias como essas no livro "The Secret Teachings of All Ages" de Manly Palmer Hall, um maçom e rosacruz. O problema é que não existe tradução deste livro, apenas virtual que acho que deve ter...mas não tenho certeza. Muita luz irmão! - Frater Resch

      Excluir