Por: Frater Resch
Saudações nas luzes maiores da
humanidade, caros leitores.
O exposto a seguir é um estudo sobre a
vida e obra de Pitágoras, baseado nos trabalhos do maçom e rosacruz, Manly
Palmer Hall (livro The Secret Teachings of All Ages). Os profanos conhecem Pitágoras apenas como criador do famoso
“Teorema de Pitágoras”, mas trata-se, em verdade, de um iniciado e grande líder
espiritual que ultrapassou muitas mentes atuais com sua grandiosidade.
Pitágoras é de grande importância para os maçons, inclusive por ter criado uma
“Sociedade” na qual as pessoas se reconheciam como irmãos e irmãs.
A história deste sábio começa quando
seu pai, Mnesarchus, e sua esposa, Parthenis, foram até o oráculo de Delfos
para saber se o destino era favorável à sua viagem de volta à Síria. Quando a
Pythoness (profetisa de Apolo) sentou-se sobre a fenda do oráculo num tripé de
ouro, ela não respondeu a pergunta que haviam pedido, mas disse a Mnesarchus
que sua esposa daria luz a um filho que estava destinado a superar todos os
homens em beleza e sabedoria, e que durante todo o curso de sua vida iria
contribuir muito para o benefício da humanidade. Mnesarchus ficou tão
impressionado que mudou o nome de sua mulher para Pythasis, em honra à
sacerdotisa.
Quando a criança nasceu, na Fenícia,
era, como o oráculo havia dito, um filho. E Pythasis chamou a criança de
Pitágoras. Pitágoras nasceu em algum tempo entre 600 e 590 a .C.
Durante sua juventude, foi discípulo
de Pherecydes e Hermodamas, e na adolescência se tornou famoso pela clareza de
seus conceitos filosóficos. Diziam que seu corpo era similar ao de Apolo
(beleza na anatomia).
Existem algumas lendas sobre
Pitágoras, umas dizem que ele não era mortal, mas um deus em forma humana, para
instruir a raça. Considera-se que Jesus e Pitágoras nasceram em localidades
próximas, assim como as formas de aviso de seus nascimentos foram similares.
Também existem outras semelhanças. Pitágoras também foi conhecido como “filho
de Deus”, sob inspiração divina. Godfrey Higgins escreveu em Anacalypsis: “Após
ter adquirido tudo o que foi possível para ele aprender dos filósofos gregos e
presumidamente, tornar-se um iniciado nos mistérios de Elêusis, ele foi para o
Egito, e depois de muitas recusas e recusas, finalmente conseguiram garantir
iniciação nos mistérios de Ísis, nas mãos dos sacerdotes de Tebas. Então este
“marceneiro” intrépido seguiu seu caminho para a Fenícia e Síria, onde os
Mistérios de Adônis foram conferidos a ele, e cruzou para o vale do Eufrates,
onde demorou tempo suficiente para se tornar versado na sabedoria secreta dos caldeus,
que ainda residiam nas proximidades da Babilônia. Por fim, ele fez o seu maior
e mais histórico risco através da Media e Pérsia em Hindustão, onde permaneceu
vários anos como aluno e iniciado dos Brâmanes de Elefanta e Ellora.”
É dito que Pitágoras foi o primeiro
homem a chamar a si de filósofo. De fato, o mundo é endividado com ele pela
palavra “filósofo”. Antes desse tempo, os conhecedores eram chamados sábios,
que significa ‘’aquele que conhece’’. Pitágoras foi mais modesto, dando o
conceito de filósofo como ‘’aquele que está tentando descobrir’’.
Depois de retornar de suas andanças,
Pitágoras estabeleceu uma escola, às vezes chamada de Universidade, em Crotona
(colônia Dórica no Sul da Itália). No início, ele era considerado com
desconfiança, mas depois de um curto período de tempo, os cargos importantes ao
redor pediam seus conselhos em questões de grande momento.
Ele reuniu ao seu redor um grupo de
sinceros discípulos, os quais ele instruiu na sabedoria secreta que havia sido revelada
a ele e também nos fundamentos da matemática oculta, música e astronomia, que
ele considerava a fundação triangular para todas as artes e ciências.
Aos 60 anos, casou-se com uma de
suas discípulas e sete crianças resultaram dessa união. Sua mulher era uma
pessoa extraordinariamente capaz, que não apenas inspirou Pitágoras durante os
anos de sua vida, como depois de seu assassinato continuou a promulgar suas
doutrinas.
Devido a sua genialidade, Pitágoras
obteve inimizades pessoais e políticas. Dentre essas, houve um que, por ser
recusado na iniciação, decidiu destruir Pitágoras e sua filosofia. Através de
falsas propagandas, esse descontente colocou a mente das pessoas comuns contra
o filósofo. Sem avisar, um bando de assassinos desceu sobre o pequeno grupo de
construções onde o grande Professor e seus discípulos habitavam, queimando as
estruturas e matando Pitágoras (segundo relatos...)
Existem discrepâncias, pois alguns dizem que
ele foi morto com seus discípulos, outros contam que, durante sua fuga de
Crotona com um pequeno grupo de seguidores, ele foi pego e queimado vivo por
seus inimigos numa pequena casa onde o bando decidiu descansar a noite. Alguns
outros dizem que, ao se encontrarem em meio da estrutura em chamas, os
discípulos se atiraram ao fogo, construindo uma ponte humana pela qual
Pitágoras escapou, apenas para morrer de coração partido pouco tempo depois,
como resultado de luto pela esterilidade aparente de seus esforços para servir
e iluminar a humanidade.
Edouard Schure, em seu “Pitágoras e os
Mistérios Délficos”, relata o incidente como forma ilustrativa do vínculo de
união dos membros da escola pitagórica: “Um deles, que caiu em doença e pobreza
foi gentilmente pego pelo dono de uma estalagem. Antes de morrer, ele traçou
alguns símbolos misteriosos (o pentagrama, sem dúvida) na porta da estalagem, e
disse ao dono: ‘Não se preocupe, um de meus irmãos irá pagar meus débitos’. Um
ano depois deste acontecimento, quando um estranho passava por esta estalagem,
ele viu os símbolos e disse ao dono: ‘Eu sou um Pitagórico; um de meus irmãos
morreu aqui; diga-me o que eu devo em sua conta’.”
Os discípulos sobreviventes de
Pitágoras tentaram perpetuar suas doutrinas, mas foram perseguidos.
É dito que seus discípulos nunca
fizeram referência a ele pelo seu nome, mas apenas chamavam-no como ‘’O Mestre’’
ou ‘’Aquele Homem’’. Isso pode ser devido à numerologia de seu nome, que
possuía uma especialidade arranjada de letras com grande significado sagrado.
Isso explica o motivo de o nome Pitágoras ter sido altamente reverenciado.
Os ensinamentos de Pitágoras foram
de transcendental importância aos maçons.
A escola filosófica de Pitágoras
possuía uma série de iniciações, para que seus pupilos passassem por uma série
de degraus, sendo que ele nunca permitia contato pessoal com sua pessoa, até
que os discípulos tivessem alcançado altos graus.
Segundo seus biógrafos, os graus
eram três em número. O
primeiro era o dos ‘Mathematicus’, assegurando aos discípulos proficiência em
matemática e geometria. Em segundo o grau ‘Theoreticus’, que tratava com
superficiais aplicações de ciências exatas e, por último, o grau ‘Electus’, em
que intitulava o candidato a passar adiante em função da máxima iluminação que
ele era capaz de absorver. Os pupilos da escola pitagórica eram divididos em
‘exoterici’, ou pupilos em outros graus em ‘esoterici’, depois que haviam
passado pelo terceiro degrau da iniciação e eram intitulados à sabedoria
secreta. Silêncio, sigilo e incondicional obediência, eram princípios cardinais
dessa grande ordem.
Cada aplicação era testada nas artes
(geometria, música e astronomia), buscando entendimento racional de Deus, homem
ou natureza.
Uma das declarações favoritas de
Pitágoras era: “Devemos evitar com o nosso esforço máximo, e amputar com fogo e
espada, e por todos os outros meios, do corpo, doença; da alma, ignorância; da
barriga, luxúria; da cidade, sedição; da família, discórdia e de todas as
coisas, excesso.” Ele também acreditava que não há crime comparado ao da
anarquia.
O Deus de Pitágoras era a Mônada, ou
o ‘’Um que é Tudo’’. Ele descreveu Deus como a Mente Suprema distribuída
completamente em todas as partes do Universo – a Causa de todas as coisas, a
Inteligência de todas as coisas, e o Poder dentro de todas as coisas. Ele ainda
declarou o movimento de Deus como circular, o corpo de Deus de ser composto da
substância da luz, e da natureza de Deus ser composta da substância da Verdade.
Pitágoras declarou que o alimento de
carne nublava as faculdades do raciocínio. Ele não condenava seu uso ou
abstenção. Também dizia que juízes deviam se abster de comer carne antes de um
julgamento, de modo que aqueles que aparecessem recebessem a mais honesta e
astuta decisão. Os pitagóricos possuíam conhecimentos de plantas curativas e
sua propriedades, e Pitágoras dizia que a música possui um grande poder
terapêutico, tendo preparado harmonias especiais para várias doenças.
Pitágoras ensinou que tudo na
natureza é divisível em três partes e esquematicamente triangular. Ele disse:
“Estabeleça o triângulo e o problema é em dois terços resolvido.” Também disse:
“Todas as coisas consistem de três”.
Deste modo, Pitágoras dividiu o
Universo em três partes, as quais ele chamou de ‘’Mundo Supremo’’, sutil (interpenetrativa
essência espiritual que permeia todas as coisas e, portanto, o verdadeiro plano
da Divindade Suprema Própria, a Deidade sendo onisciente). O ‘’Mundo Superior’’
foi a casa dos imortais (é também morada
dos arquétipos e selos). O terceiro, ‘’Mundo Inferior’’, é o mundo das
criaturas de substância material. Por isso é considerada a morada dos deuses
mortais, do demiurgo, dos anjos que trabalham com os homens e espíritos que partilham
da natureza da Terra. Finalmente, existe a humanidade e pequenos reinos.
Os dígitos 1 e 2 não são
considerados números pelos pitagóricos, porque representam as duas esferas
supermundanas. Os números pitagóricos, portanto, começam com 3, o triângulo, e
4, o quadrado.
Pitágoras praticava adivinhação, mas
não há concordância atual sobre seus métodos. Acredita-se que usava de uma roda
para ver o futuro, e teria aprendido hidromancia com os egípcios. Ele
acreditava que o bronze possuía poderes oraculares. Certa feita, ele fez uma oração
ao espírito de um rio e conta-se que uma voz saiu da água: “Pitágoras, eu te
saúdo”. Também é dito que possuía poderes hipnóticos sobre homens e animais,
assim como possuía ótima visão para ver coisas à distância, e descrever eventos
que não aconteceram ainda.
-Os
aforismos simbólicos de Pitágoras:
Jâmblico reuniu 39 dos ditos aforismos
simbólicos e os interpretou. Declaração aforística era um dos métodos de instrução
favoritos da Universidade
pitagórica de Crotona.
Aforismo: I. Declínio das vias
públicas, andar em caminhos pouco freqüentados. Por isso, deduz-se que aqueles
que desejam sabedoria devem procurar em isolamento.
-Astronomia:
Em sua astronomia, ele ensinava que fogo era o mais importante dos elementos,
que o centro era a mais importante parte de cada corpo, e que, como o fogo de
Vesta (fogo sagrado nas casas nos tempos antigos) estava em meio de cada casa,
havia no centro do Universo uma esfera flamejante de brilho celestial. Esse
globo central ele chamou de ‘’Torre de Júpiter’’, o ‘’Globo da Unidade’’, a ‘’Grande
Monada’’ e o ‘’Altar de Vesta’’. Com o número 10 simbolizando a soma de todas
as partes e a integridade de todas as coisas, era natural de Pitágoras para
dividir o Universo em dez esferas, simbolizados por dez círculos concêntricos.
Esse círculos começam no centro com o globo de Fogo Divino.
Isaac Myer diz: “os pitagóricos
consideravam que cada estrela era um mundo que tem uma atmosfera própria, com
uma extensão imensa que o rodeia de aether.”
Os discípulos de Pitágoras também
reverenciavam o planeta Vênus, porque era o único planeta brilhante o
suficiente para lançar uma sombra. Como a estrela da manhã, Vênus é visível
antes do nascer do sol, e como a estrela da noite, ela brilha imediatamente
depois do pôr do sol.
Tetractys |
Tetraktys: Theon de Smyrna declarou
que os dez pontos ou a tetractys de Pitágoras era um símbolo de grande
importância, pois para a mente perspicaz ele revelava o mistério da natureza
universal.
Os pitagóricos amarram-se pelo
seguinte juramento: “Por ele que deu à nossa alma a Tetractys, que tem a fonte
e raiz de natureza sempre surgindo”.
Conectando os 10 pontos da
Tetractys, nove triângulos são formados. Seis destes estão envolvidos na
formação de um cubo. Os triângulos, quando as linhas estão devidamente traçadas
entre eles, também revelam a estrela de seis pontas com um ponto no centro.
Apenas sete pontos são usados na formação do cubo e da estrela.
Cabalisticamente, os três pontos de canto não utilizados para representarem a
tríplice natureza causal invisível do Universo, enquanto os sete pontos
envolvidos no cubo e a estrela são os Elohim – os espíritos dos sete períodos
criativos.
Conexões Tetractys |
Matemática: Os pitagóricos declaravam que a aritmética era a mãe das ciências
matemáticas.
-Teoria Pitagórica da Música e Cor:
Harmonia é um estado reconhecido por grande filósofos como pré requisito
imediato de beleza. Uma combinação é chamada de bela apenas quando suas partes
estão em combinação harmoniosa (Sinestesia). O mundo é chamado belo e Seu
Criador bom, pela sua performance em conjunto, dispostos harmonicamente na
natureza. O bem que Ele atinge é harmonioso com Sua bondade.
O Universo é composto de gradações do
que é bom e belo, essas gradações ascendem e descendem até a matéria, o grau
inferior, e o espírito é o grau superior. A natureza superior do homem é o
summum bonum (bem maior).
A natureza mais elevada deve
prontamente conhecer o bem, pois o belo externo é para ele o mundo dentro da
proporção harmônica que está presente na sua alma.
Quanto à música em si, é altamente
provável que os gregos tenham iniciado seus conhecimentos sobre a música com os
egípcios, que consideravam Hermes Trimegistus fundador das artes em geral, já
que na lenda, o deus Hermes carregava uma lira. Nos mistérios tal lira era o
símbolo secreto da construção humana. O instrumento é sua forma física e a
sequência das notas musicais e espaçamentos é o próprio espírito do músico, sua
alma que se manifesta. Então percutir as cordas era fazer com que o espírito
ganhasse as harmonias. Pitágoras foi quem primeiro teria aprendido essa teoria
divina da música dos sacerdotes dos mistérios egípcios.
Meditando sobre o problema da
harmonia, Pitágoras passava por uma fogueira, na qual dentro de uma oficina
operários batiam metal sobre a bigorna, e observando a variância da densidade
entre os sons dos martelos grandes e pequenos e estimando as harmonias e
discordâncias dos sons, ele teve um indício para os intervalos musicais da
escala diatônica que ele desenvolveu e entrou na oficina. Após examinar as
ferramentas e avaliando mentalmente os sons e depois os pesos, ele construiu um
braço de madeira onde traçou as primeiras sessões de intervalos musicais.
Pitágoras assim projetou a primeira
teoria musical com a sequência das notas. Ele assim descobriu todas as razões
musicais e espaçamentos.
Entendemos, portanto, que Pitágoras
não foi apenas um matemático, mas um Mestre em sua época que exerceu poderosa
influência em seu meio, causando desconforto a uns poucos invejosos e o bem de
muitos, iluminando as mentes dos homens. Também concluímos que, como muitos
iniciados, foi perseguido. Hoje, suas luzes percorrem sociedades como a
maçonaria e muitas outras, influenciando positivamente o modo de organização
dos homens.
Minhas mais elevadas Vontades pela felicidade de todos vós,
Frater Resch
Frater, boa tarde. Você poderia por gentileza indicar a fonte desta frase no seu texto “Estabeleça o triângulo e o problema é em dois terços resolvido.” ? Agradeço. Marcos Trujillo
ResponderExcluirO Frater Resch já não está mais conosco e eu não sei a procedência.
ExcluirColorado Teus
Olá irmão. Esta frase é do próprio Pitágoras! E é um ensinamento muito profundo...Você pode encontrar histórias como essas no livro "The Secret Teachings of All Ages" de Manly Palmer Hall, um maçom e rosacruz. O problema é que não existe tradução deste livro, apenas virtual que acho que deve ter...mas não tenho certeza. Muita luz irmão! - Frater Resch
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