Por: Colorado Teus
A beleza do estudo de Mitologias e Lendas das mais diversas partes do mundo é que ele pode nos ajudar a enxergar a forma como os Arquétipos (padrões primordiais) se manifestam nas diversas regiões do mundo.
Para compreender o que é um "arquétipo", é fundamental conhecer diferentes culturas pois, em sua definição, o arquétipo é um padrão que está presente na psiquê de TODOS os seres humanos, independente se já tiveram ou não contato entre si.
É comum a confusão feita entre arquétipo e imagem arquetípica, já vi em inúmeros livros e artigos pessoas falando que um símbolo, um gesto, uma imagem ou um som é um arquétipo. Não, a maioria é "imagem arquetípica", ou seja, uma REPRESENTAÇÃO do arquétipo. A imagem de uma mulher dando a luz não é um arquétipo, mas representa o arquétipo do nascimento (tudo nasce certo?).
Na Umbanda, as linhas de trabalho (caboclos, pretos velhos etc.) são organizadas em forma de imagens arquetípicas, para facilitar a assimilação e criar uma linguagem de comunicação entre os seres encarnados e os espíritos. Tomemos como exemplo a linha dos Boiadeiros.
Nas diversas regiões do mundo temos a representação do arquétipo do "Guia". Na kabbalah hermética, o guia representa a união entre Tipharet e Hod. O guia é aquele que conduz diversos elementos para um caminho, como um grupo que anda pela mesma estrada. Podemos ver isso representado de algumas formas:
- O lendário Flautista de Hamelin, que conduziu ratos e depois crianças através de sua flauta para fora da cidade.
- Pan, que quando tocava sua flauta encantava as ninfas e as conduzia.
- Apolo, que com sua lira manifestava a beleza do Olimpo, o que o tornou um Deus.
- Pitágoras, que se reunia com seus discípulos para estudar o divino se manifestando através da música e das escalas.
Aqui citei exemplos da representação desse arquétipo através da música, mas também existem os guias que usam outros meios para harmonizar e grupos e conduzir pessoas, como com o uso da magia, da poesia ou qualquer manifestação de Hod unida com Tipharet.
A Umbanda coloca os "Boiadeiros" e as "Sinhás" como representação desse arquétipo, os boiadeiros que usam o "Berrante" e o "Laço" para conduzir a boiada e colocá-la no caminho e as "Sinhás" que usam sua "Autoridade" para administrar e harmonizar a fazenda.
Muitas pessoas conservadoras criticam a "nova Umbanda" e usam de falácias 'ad antiquitatem' para tentar atacar os grupos que trazem novos conhecimentos e entendimentos para essa religião tão bela e bem estruturada. Para esses eu digo: continuem com seus conhecimentos cristalizados e suas respectivas evoluções também estarão cristalizadas, ou seja, deixarão de ser evolução.
Vai dar certo!
Muito bom. Só fiquei triste porque demorei muito para visitar essa página. Muito esclarecedor. Continue iluminando as pessoas.
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