20 de ago. de 2015

Arquétipos e imagens arquetípicas

Por: Colorado Teus

A beleza do estudo de Mitologias e Lendas das mais diversas partes do mundo é que ele pode nos ajudar a enxergar a forma como os Arquétipos (padrões primordiais) se manifestam nas diversas regiões do mundo.
Para compreender o que é um "arquétipo", é fundamental conhecer diferentes culturas pois, em sua definição, o arquétipo é um padrão que está presente na psiquê de TODOS os seres humanos, independente se já tiveram ou não contato entre si.


É comum a confusão feita entre arquétipo e imagem arquetípica, já vi em inúmeros livros e artigos pessoas falando que um símbolo, um gesto, uma imagem ou um som é um arquétipo. Não, a maioria é "imagem arquetípica", ou seja, uma REPRESENTAÇÃO do arquétipo. A imagem de uma mulher dando a luz não é um arquétipo, mas representa o arquétipo do nascimento (tudo nasce certo?).



Na Umbanda, as linhas de trabalho (caboclos, pretos velhos etc.) são organizadas em forma de imagens arquetípicas, para facilitar a assimilação e criar uma linguagem de comunicação entre os seres encarnados e os espíritos. Tomemos como exemplo a linha dos Boiadeiros.
Nas diversas regiões do mundo temos a representação do arquétipo do "Guia". Na kabbalah hermética, o guia representa a união entre Tipharet e Hod. O guia é aquele que conduz diversos elementos para um caminho, como um grupo que anda pela mesma estrada. Podemos ver isso representado de algumas formas:
- O lendário Flautista de Hamelin, que conduziu ratos e depois crianças através de sua flauta para fora da cidade.
- Pan, que quando tocava sua flauta encantava as ninfas e as conduzia.
- Apolo, que com sua lira manifestava a beleza do Olimpo, o que o tornou um Deus.


- Pitágoras, que se reunia com seus discípulos para estudar o divino se manifestando através da música e das escalas.
Aqui citei exemplos da representação desse arquétipo através da música, mas também existem os guias que usam outros meios para harmonizar e grupos e conduzir pessoas, como com o uso da magia, da poesia ou qualquer manifestação de Hod unida com Tipharet.


A Umbanda coloca os "Boiadeiros" e as "Sinhás" como representação desse arquétipo, os boiadeiros que usam o "Berrante" e o "Laço" para conduzir a boiada e colocá-la no caminho e as "Sinhás" que usam sua "Autoridade" para administrar e harmonizar a fazenda.


Muitas pessoas conservadoras criticam a "nova Umbanda" e usam de falácias 'ad antiquitatem' para tentar atacar os grupos que trazem novos conhecimentos e entendimentos para essa religião tão bela e bem estruturada. Para esses eu digo: continuem com seus conhecimentos cristalizados e suas respectivas evoluções também estarão cristalizadas, ou seja, deixarão de ser evolução.

Vai dar certo!

Um comentário:

  1. Muito bom. Só fiquei triste porque demorei muito para visitar essa página. Muito esclarecedor. Continue iluminando as pessoas.

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