Satisfação,
A palavra iniciação é muito conhecida no meio espiritualista/mágico e está diretamente ligada ao Trono da Geração, que é regido pela Mãe Yemanjá e pelo Pai Omolu. A ideia dessa palavra se liga ao início de alguma coisa, ao começar algo novo, pensando em seu significado mais amplo.
Quando falamos a palavra iniciação dentro do meio espiritualista/mágico podemos estar nos referindo a muitas coisas diferentes, vou tentar explicar algumas delas.
A iniciação ao mundo espiritual marca o ponto mais importante de qualquer religião ou ordem: a pessoa descobre que há algo além da vida material. Essa iniciação pode ocorrer por inúmeros fatores, como uma visão, uma experiência de quase morte, uma sincronicidade em que 'mãos invisíveis' ajudam a pessoa, a perda de alguém muito querido, um acidente, uma projeção astral, um ritual com profundo significado, uma perda muito significante e coisas ligadas ao Pai Omolu (morte, perdas, experiências de desapego) em geral. Com isso entra a força de Yemanjá dando uma nova vida para a pessoa, que então mudará MUITA coisa com relação ao seu passado. Sabendo-se que existe vida pós 'morte', a pessoa deixa muito de seu apego material para trás e tudo aquilo que está diretamente ligado a isso, muitos vícios e defeitos capitais. Notem que o importante em si não foi o acontecimento em si, mas o que a pessoa se tornou, o quanto ela mudou com o processo.
A iniciação em uma egrégora marca o ponto mais importante para o trabalho específico de seu grupo. Aqui normalmente se usa um ritual psicodramático (ou seja, que dramatiza alguma coisa que é necessário que esteja na psiquê de quem participa do grupo) em que a pessoa renasce para o grupo ou para os deuses do grupo (notem como esse tema de renascimento ou ressurreição é tema de inúmeros mitos). Normalmente a pessoa é apresentada a uma nova linguagem que, ao ser utilizada futuramente, desencadeará toda a memória subconsciente da pessoa que foi absorvida durante o processo de iniciação (é comum que uma pessoa mude a personalidade ao mudar a linguagem que está utilizando; essa personalidade é construída com os pensamentos que a pessoa tem enquanto aprende uma nova linguagem, que é conhecida como ‘personalidade mágica’. Pode ser uma nova língua, um conjunto de gírias de um grupo, um alfabeto mágico, um conjunto de símbolos e imagens etc.). Mais uma vez destaco que o importante não é o ritual em si, mas a mudança que ocorre na pessoa, que no caso é psicológica. Muitas pessoas nascem umbandistas mas nunca passam pelo ritual, outras passam pelo ritual mas nunca se tornam umbandistas.
A iniciação em uma egrégora marca o ponto mais importante para o trabalho específico de seu grupo. Aqui normalmente se usa um ritual psicodramático (ou seja, que dramatiza alguma coisa que é necessário que esteja na psiquê de quem participa do grupo) em que a pessoa renasce para o grupo ou para os deuses do grupo (notem como esse tema de renascimento ou ressurreição é tema de inúmeros mitos). Normalmente a pessoa é apresentada a uma nova linguagem que, ao ser utilizada futuramente, desencadeará toda a memória subconsciente da pessoa que foi absorvida durante o processo de iniciação (é comum que uma pessoa mude a personalidade ao mudar a linguagem que está utilizando; essa personalidade é construída com os pensamentos que a pessoa tem enquanto aprende uma nova linguagem, que é conhecida como ‘personalidade mágica’. Pode ser uma nova língua, um conjunto de gírias de um grupo, um alfabeto mágico, um conjunto de símbolos e imagens etc.). Mais uma vez destaco que o importante não é o ritual em si, mas a mudança que ocorre na pessoa, que no caso é psicológica. Muitas pessoas nascem umbandistas mas nunca passam pelo ritual, outras passam pelo ritual mas nunca se tornam umbandistas.
A iniciação em um mistério marca o ponto mais importante para se envolver com um mistério da natureza. Aqui a pessoa estuda e aprende sobre a parte superficial do mistério (pode ser com um tutor encarnado ou desencarnado), depois passa por um ritual que marca em sua consciência tudo aquilo que aprendeu para então conhecer intimamente (esotericamente) o mistério, de forma que ela tenha consciência de todos os defeitos e qualidades que podem surgir na proximidade do mistério. Isso é a base da magia e da conexão com as forças naturais, é necessário que a pessoa tenha consciência e autocontrole para se envolver com uma fonte natural, pois não se 'usa' magia, se 'vive' magia; uma pessoa que não controla nem seu fogo interior e entra em contato com salamandras, quimeras e dragões acaba, naturalmente, se queimando e queimando outros que estão a sua volta.
A iniciação em um grau marca que a pessoa está preparada para receber novos conhecimentos. Note que a palavra 'Ordem' está ligada ao ordenamento do conhecimento e das técnicas que são transmitidos; quando se começa a estudar sobre magia e espiritualidade, é comum que as pessoas fiquem dando voltas sem sair do lugar em seus estudos. As ordens organizam o conhecimento de forma que o a evolução no estudo seja linear e progressiva, pois é sistematizada por alguém que já teve um certo avanço em seus estudos e conhece as encruzilhadas. É comum que a pessoa de um grau consiga identificar outra que esteja abaixo de seu grau, pois a diferença de conhecimentos e capacidades entre os graus deve ser bem marcante.
Para concluir, ninguém é capaz de iniciar outra pessoa; os mestres podem apenas mostrar as portas (há quem cobre por isso, não vejo problema, mas entenda que não é nem o pagamento, nem o mestre e nem o ritual que inicia a pessoa), quem deve passar pela porta é o próprio buscador (‘busca-dor’ como diria o Frater Dilectvs), pois é na mudança da própria identidade e do modo de agir que reside a verdadeira iniciação.
Vai dar certo!
E lá se vai pela montanha, o espelho encantado de quando ela dança.
ResponderExcluirConversei com o tempo, enquanto ele transa, mergulhei no espaço; mergulho isolado, porém plasmático xD