Por: Colorado Teus
Para entender essa relação precisamos saber um pouco de três grandes nomes da Psicologia: Freud, Reich e Jung.
Nem todo mundo sabe, mas, mesmo negando qualquer tipo de crença religiosa ao final de sua vida, Freud era judeu. De acordo com Michael Kraig (1988), Freud teve contato com ensinamentos místicos judaicos em toda sua infância e adolescência. Seus primeiros livros e artigos publicados falavam de uma energia que, quando bloqueada/travada/reprimida, causava toda sorte de disfunções psicológicas na pessoa.
Essa ideia é similar ao conhecimento judaico chamado de Cascas (Qlipphot), que se formam na alma da pessoa e impedem que a luz (Nephesch) desça até o corpo físico. As cascas são energias estagnadas, máculas, energias adormecidas, algo muito parecido com o conceito tântrico da Kundalini.
Como o termo 'energia' soa muito místico, Freud teve que ajustar seu vocabulário para que "suas" ideias fossem aceitas no meio acadêmico. Assim, a ideia de 'energia sexual adormecida' logo se tornou 'vontade reprimida', a 'energia psicossexual' se tornou 'libido', 'abrir os chakras' se tornou 'desbloquear a libido', 'magia' foi chamada de 'sublimação', as 'cascas' que bloqueiam a libido se tornaram a 'pulsão de morte' etc.
Assim, Freud conseguiu trazer os estudos do subconsciente para o meio científico de forma aceitável (sem se fundamentar em uma 'energia' que não se pode medir com aparelhos), estudos esses que já são feitos há milhares de anos pelos cabalistas, alquimistas e outros ocultistas. Um de seus alunos, Wilhelm Reich, fez o caminho inverso, pegou as teorias de Freud e estudou o aspecto energético da psicologia, chamando de 'orgone' a energia que provoca a libido. Ele conseguiu, inclusive, armazenar essa energia, de forma que poderia doar para pessoas que precisassem (que nada mais é do que o que se chama de 'magia'). Infelizmente, ele foi preso por ser taxado de 'charlatão' e teve todos os seus estudos queimados na década de 1950.
As 'semelhanças' entre as teorias de Freud e a Kabbalah não param por aí, as divisões dos aspectos do subconsciente humano (Id, Ego e Superego) são exatamente as mesmas dos 'níveis da alma humana' para os judeus (Nephesch, Ruach e Yechidah). Não surpreende que grande parte dos conhecimentos e do tratamento envolvendo sonhos que Freud 'desenvolveu' já estavam nos grimórios de alquimistas medievais.
Jung, talvez por uma questão de mais modéstia, sempre deixou clara sua admiração pela Alquimia (estudo que codificou a Kabbalah na Europa) e suas ramificações (como a Astrologia e o Tarot). Como ele mesmo disse no livro 'O segredo da Flor Dourada': "A Astrologia merece o reconhecimento da Psicologia, sem restrições, porque a Astrologia representa a soma de todo o conhecimento psicológico da Antigüidade". Além disso, escreveu um livro fantástico apenas para o assunto, chamado "Psicologia e a Alquimia".
Para mim, as teorias de Jung que mais tiveram influência da Alquimia foram as do Inconsciente Coletivo, as dos Arquétipos e as dos Complexos de memória. É justamente isso que se estuda com a Árvore da Vida, que é um mapa do subconsciente humano, cujas sephirot são os 10 complexos básicos de memória.
Para podermos nos aprofundar nessas teorias, seriam necessários muitos estudos tanto te psicologia quanto de Kabbalah. Para quem tiver interesse, teremos um curso de Kabbalah agora em setembro, onde estudaremos os fundamentos da Árvore da Vida e sua relação com a psicologia.
Vai dar certo!
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