18 de fev. de 2016

Sobre a Astrologia e a Verdadeira Vontade

Por: Colorado Teus


É comum vermos muitos livros de 'auto-ajuda' dentre as listas de best-sellers, e isso sempre despertou minha curiosidade. Por que as pessoas gostam tanto desse tipo de livro? O que elas estão buscando?


Analisando alguns desses livros, percebi um padrão de mensagens com teor motivacional e animador, uma tentativa de colocar em movimento pessoas que vivem paralisadas e entediadas, em uma rotina vazia e sem sentido. Mas, ao contrário dos autores que ficam acariciando a vaidade dessas pessoas, inventando historinhas bonitinhas para anestesiarem essa sensação de inutilidade e venderem seus livros, entendo que não há nada mais motivacional para trabalhar do que um filho com a barriga vazia, ou a companhia de energia elétrica cortando sua luz ao final do mês por não pagar a conta.



A Cigarra só passará o verão todo cantando se a Formiga, que trabalhou e se preparou para o inverno, der a ela abrigo e comida nos tempos difíceis. Essa parábola é muito sábia ao mostrar que deveríamos fazer o mais difícil nos tempos favoráveis e deixar o mais fácil para os tempos difíceis, pois, se juntarmos o difícil com o difícil, o desafio pode se tornar maior do que nossas limitações.



De acordo com a Astrologia (com um tempero budista), todo problema recorrente é um nó Kármico; podemos entender esses nós como 'problemas recorrentes que surgem devido a uma limitação ou defeito específico, o qual não será desatado enquanto a pessoa não entender que o problema não é o acontecimento em si, mas seu próprio defeito'. A fábula da cigarra e da formiga representa um dos maiores nós kármicos do Brasil (sim, existem karmas coletivos), um país onde muitas pessoas fazem festa e pulam de alegria em qualquer oportunidade, para depois sugarem até a alma daqueles que não se cegam de euforia ao ponto de deixarem seus deveres de lado. Todos aqueles que nasceram 'brasileiros' participam desse karma (podendo assumir o papel tanto da cigarra quanto da formiga, uma vez que ambas têm sua função na história).



Os conhecimentos astrológicos estão diretamente ligados a essa ideia de ânimo e motivação. Faz parte do axioma astrológico a crença na existência de uma ‘alma’, algo que anima e dá vida à matéria orgânica, que a coloca em movimento. A grande questão é que nem todas as almas são iguais, cada uma responde de uma forma às diferentes energias; é como se cada alma tivesse diferentes antenas de captação dessas energias, cada antena com uma configuração que regula as reações comportamentais das pessoas, perante cada situação energética.



Existem duas teorias astrológicas com relação à entrada da alma na matéria, uma que diz que os planetas formam um portal pelo qual a alma consegue fazer a ‘descida’ e a outra que diz que as ‘antenas’ da alma são configuradas pelos planetas nesse momento. O que importa é que existe uma relação entre a alma que entrou na carne e a configuração astrológica do momento em que ocorreu o mergulho ultradimensional. É muito importante entender que a entrada na carne acontece no momento da primeira respiração (quando o sopro de Deus dá vida ao barro).



A grande questão aqui é que existem situações em que a alma brilhará com grande intensidade, pois estará na frequência com a qual tem afinidade. Isso não tem a ver exatamente com prazer ou sofrimento, mas sim com “plenitude” e “vazio”; digo isso porque existe prazer vazio e sofrimento pleno. O prazer vazio é a ‘boa’ sensação causada por algo externo, mas que não tem reverberação no interno; normalmente aparece quando se alcança um objetivo às custas dos outros (e não pelo próprio esforço) ou quando vivemos a vontade do outro. O sofrimento pleno é uma ‘má’ sensação causada por uma mudança que nos tira da zona de conforto, mas que nos coloca em direção de algo melhor; normalmente a pessoa sofre mas entende que a mudança está ocorrendo por um bem maior.



As palavras ‘plenitude e vazio’ foram mencionadas entre aspas porque ninguém as experiencia isoladamente, elas sempre coexistem como Yin e Yang. Quando percebemos um pouco do vazio, temos vontade de mudar, quando percebemos uma fagulha da plenitude, temos vontade de continuar. O problema aqui está quando preenchemos o vazio com algo pequeno e paliativo, e não mudamos o suficiente para de fato sairmos daquele estado que é prejudicial à nossa alma, onde ela não se manifesta em sua maior potência; ou quando o vazio dos outros não deixa a nossa fagulha nos direcionar para onde deveríamos, mantendo-nos estagnados.



O mapa astral é literalmente um mapa da nossa alma, que mostra como ela foi configurada. Ele divide a alma em vários níveis, indicando que podemos chegar à plenitude preenchendo os vazios de pouquinho em pouquinho. Ele é diagramático, nos lembrando que consertamos os buracos de vazamento de um recipiente de baixo para cima.



A ideia da Verdadeira Vontade é achar um local ou estado em que a alma da pessoa vibrará intensamente em todos os seus aspectos, animando o corpo em sua máxima potência. Nesse estado a pessoa se sente motivada interiormente para fazer tudo aquilo que precisa e quer fazer; aqui suas vontades inconscientes se materializam e a pessoa se torna aquilo que ela desejava intimamente ser, aquilo que o próprio Criador colocou em seu coração, sua função no universo.



O problema é que não se chega a esse estado em um simples passo de mágica, é algo que precisa ser construído com a inteligência e o esforço pessoal. A pessoa precisa desatar todos os seus nós kármicos para parar de gerar para si reações inconvenientes, que a afastam do caminho. Também é necessário aprender a reter dentro de si a energia gerada pela alma, pois é necessário direcioná-la apenas ao que é importante, sem despercícios.



A Verdadeira Vontade é diferente da simples Vontade. Vontade seria o que a Cigarra, da fábula, sente ao ficar sem comida ou abrigo no frio, o que dá a ela uma energia capaz de provocar mudanças em si e ao seu redor, buscando por alimentos. Na Verdadeira Vontade o ser não usaria toda sua energia somente para se divertir ou trabalhar em cada momento, ele encontraria um equilíbrio entre ambos, de modo que pudesse fazer o que ama e sustentar isso durante o tempo que fosse necessário. Na Astrologia dizemos que isso é o equilíbrio dos quatro elementos, proporcionando um ambiente em que a alma consiga manifestar aquilo que ela veio para manifestar.



Para concluir, a Astrologia está intimamente associada à Verdadeira Vontade, com ela podemos entender melhor as configurações energéticas de nossa alma e achar com mais facilidade onde e como ela alcance seus maiores potenciais. Com isso, podemos viver uma vida mais plena, cheia de energia e entusiasmo, buscando por aquilo que acreditamos intimamente.





Vai dar certo!

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