Poema 2 - Soror S. M.
Não sei o que espero
Pois o que espera em mim
Existe dentro e fora do Tempo
Tem asas etéreas e concreto desejo
Olho-te com o olho que me olha
E caminho na tênue fronteira
Entre teus lábios e os meus
Na corda estirada do silêncio
Conduzo meu barco de papel
Para águas profundas
Antecipando o gozo
De raios e tempestades
Lanço a rede tecida em palavras
Recolho e escolho
Algas suculentas como uvas
E pedaços musgosos de embarcações
Gaivotas se aproximam
Trazendo nas asas um fio dourado
Mas nada contam do desterro
O fio partiu-se
Nenhuma marca no labirinto
E o mar inteiro cresce
E avança
Lentamente
Como essa noite infinita
Grávida de silêncios
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