Teleologia do poder: do chumbo ao ouro. - Soror S.M.
O mais elevado poder a que um estudante de ocultismo pode almejar consiste não no desenvolvimento de faculdades psíquicas (os siddhis inferiores), mas no desenvolvimento genuíno da fraternidade, da compaixão e do serviço em prol de seus irmãos. A palavra poder vem do verbo latino "potior", que também deu origem a "potência".
Potência é a condição daquele que tem o poder. Tecnicamente falando, a potência é a capacidade não manifestada de realizar um trabalho. O Trabalho supõe uma transformação, uma mudança no ambiente, uma mudança do quadro geral do entorno. Uma pessoa que tem poder é portanto alguém capaz de realizar trabalho, de promover mudanças e transformações no seu entorno. Assim, o genuíno poder latente do homem manifesta-se na sua capacidade de expressar o amor através do serviço desinteressado à humanidade. Essa é a grande alquimia do Self, nos termos propostos por Jung, que estudou as modificações ocorridas na psique durante o processo de análise e as relacionou com as fases alquímicas. A última fase do processo de transmutação se dá quando a alma, já limpa e refeita do enfrentamento interno com seus sentimentos mais pesados e negativos (o chumbo), passa para a ação no mundo, compartilhando com outras pessoas sua experiência e sabedoria, ou seja, o chumbo vira ouro. Alcançada essa purificação, os poderes latentes do homem se manifestam natural e harmoniosamente. Esse deve ser o ideal do verdadeiro ocultista.
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