Por: Soror S.M.
Há muita controvérsia em relação ao Caminho. Vejo muitos buscadores se perguntando sobre qual é, afinal, o verdadeiro caminho. Qual o melhor caminho a seguir? Respostas variadas foram dadas por variados Mestres e Gurus. Houve um tempo em que se acreditava que seria necessário abandonar tudo para dedicar-se inteiramente à busca da reconexão, ao encontro do Eu Superior.
Nesse tempo, julgava-se, talvez pelas limitações da consciência individual e coletiva, que não havia possibilidade de uma vida verdadeiramente dedicada à evolução espiritual enquanto houvesse qualquer ligação com o mundano. Tal concepção parece não mais aplicar-se. O que mudou desde então? A sociedade? Os sistemas econômicos e políticos? Ou a consciência humana?
Vivemos num mundo em que as transformações operadas pelo engenho e pela mente humanas são sem precedentes e definitivamente sem retorno. Em sã consciência, ninguém desejaria voltar ao passado, às limitações técnicas e tecnológicas de um tempo idílico e selvagem. A Era de Aquário que, segundo alguns, já vivenciamos, nos abriu as fronteiras da informação e da conectividade global, anulando fronteiras antes intransponíveis fisicamente. Nesse contexto atual, em que todas as possibilidades se tornam factíveis, a angústia de “escolher” o caminho parece ter se agravado.
O fato é que não se pode e nem se deve mais esperar que as respostas venham de fora, que um guru iluminado apareça para nos apontar o melhor caminho. Não é por acaso que grandes mistérios estão sendo revelados, que conhecimentos esotéricos estão se tornando acessíveis, que as consciências humanas estão sendo convocadas ao despertar. Estamos saindo da infância espiritual para ingressarmos na adolescência. Naquela fase difícil e complicada em que precisamos começar a definir, por conta própria, o caminho a trilhar. E como todo processo de crescimento implica riscos e...dores.
O homem atual está condenado à liberdade. Condenado a tomar as rédeas de sua própria vida. Condenado a escolher entre infinitas possibilidades, entre as infinitas gradações entre a treva e a luz. O caminho seguido por um já não serve, senão como um admirável exemplo, a outro. Cabe a cada um buscar o seu caminho, o seu Dharma, a sua verdade. As respostas estão disponíveis, mas ninguém disse que seriam dadas de graça. Cabe a cada um trabalhar com afinco na busca do autoconhecimento e do aprimoramento de seu ser, galgando nos embates diários a escada de Jacó, rumo a Si mesmo. Quando um homem encontra e passa a trilhar o Seu Caminho, mais um tijolo é colocado na Obra Divina.
Ad astra per ardua!
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